Filipe Gonçalves, antigo dirigente associativo e um "nome incontornável" da vida cultural de Paços de Ferreira, faleceu no passado dia 14 de julho, aos 85 anos.
A sua morte deixou uma vaga de pesar na comunidade local, em particular na Banda Musical de Paços de Ferreira, instituição à qual dedicou mais de três décadas de serviço.
Assumiu a presidência da Assembleia Geral da Banda Musical de Paços de Ferreira a 25 de abril de 1994, com o propósito de “honrar o legado do seu irmão”, segundo nota oficial da própria banda. Desde então, foi uma figura central na revitalização da instituição, marcando uma nova etapa de crescimento e afirmação cultural.
“Dedicou-se de corpo e alma a esta instituição, movido por uma força de vontade inabalável e por objetivos claros e firmes”, refere a Banda Musical de Paços de Ferreira. “Foi membro ativo da Federação das Bandas de Música do Distrito do Porto, sempre com a missão de conquistar apoios e oportunidades para o crescimento da nossa Banda", acrescentam.
O trabalho de Filipe Gonçalves foi "amplamente reconhecido" ao longo dos anos. Em 2014, foi distinguido pela Secretaria de Estado da Cultura com a Medalha de Mérito Cultural. Três anos depois, em 2017, foi agraciado com a Medalha Municipal de Altruísmo e Mérito, Grau Ouro, pela Câmara Municipal de Paços de Ferreira.
A própria autarquia, na voz do presidente Paulo Ferreira, manifestou publicamente o seu pesar: “Em nome da nossa Comunidade e do nosso Município, manifesto profunda dor pelo desaparecimento do Sr. Filipe Gonçalves. A sua dedicação à Banda Musical de Paços de Ferreira deixou marcas e memórias que reforçam a nossa identidade enquanto povo. Expressamos sentidos pêsames à família enlutada, à Banda Musical de Paços de Ferreira e a todas as demais instituições com as quais colaborou.”
Francisco Magalhães, antigo presidente da Banda Musical de Paços de Ferreira, prestou igualmente homenagem, recordando a ligação profunda de Filipe Gonçalves à música e ao associativismo local: “Ele teve a cultura musical sempre dentro dele. Tocava banjo e chegou a ter um grupo com os irmãos que tocava música tradicional. Era uma pessoa ligada à cultura, à musicalidade, e sempre com um espírito inovador.”
O antigo presidente recordar como Filipe Gonçalves "foi o grande responsável por conseguirmos o estatuto de utilidade pública, que foi um marco muito importante para a nossa coletividade. Grande parte desse trabalho foi ele quem o levou a cabo.” Francisco Magalhães descreve o amigo como alguém que: “Tinha o dom da palavra, um sentido de humor muito apurado, e estava sempre pronto para ajudar. Era uma pessoa feita para o associativismo.”
A Banda Musical de Paços de Ferreira sublinha ainda que a sua era foi “um período de profunda transformação e afirmação” para a instituição: “O seu legado é feito de música, de valores, de dedicação e de amor à causa cultural. Hoje, com gratidão e respeito, dizemos adeus a um líder, a um visionário, a um verdadeiro homem da cultura.”
Filipe Gonçalves deixa um legado marcado pelo empenho, pela elevação da cultura musical no concelho e por um trabalho incansável em prol da coletividade. “O seu nome ecoará sempre entre as notas da nossa música”, conclui a Banda Musical de Paços de Ferreira.
Fonte: www.averdade.com